Quanto Dura o Amor?


Nome Original: Quanto Dura o Amor?
Diretor: Roberto Moreira
Ano: 2009
País: Brasil
Elenco:Maria Clara Spinelli, Silvia Lourenço, Paulinho Vilhena, Danni Carlos e Gustavo Machado.
Prêmios: Melhor Atriz (Silvia Lourenço e Maria Clara Spinelli) no Festival de Paulínia.
Quanto Dura o Amor? (2009) on IMDb


Uma pergunta que tem várias respostas e nenhuma definitiva. Perguntas que ficam no ar, questionando, martelando o cerebelo tentando equacionar o imensurável. A vida na cidade grande pode mudar a cada instante, a cada respiro. São Paulo são várias cidades dentro de uma mesma cidade, onde cada apartamento pode ser uma epopeia de sentimentos diversos explodindo em submundos desconhecidos e inexplorados. Quando um amor começa, quando um amor termina, quando o desespero bate de ter perdido quem ama, quanto durou esse amor? Perguntas sem respostas, mas de dúvidas que não deixam de bater qualquer ser humano que tenha um coração. Quem é mais sentimental que eu?

As histórias de Marina, Suzana e Jay se entrelaçam num espigão da Paulista onde o rumo de cada pulsa em paixão. Cada um ao seu estilo, mas todos com muita entrega, mas há o temor de se “jogar” ao desconhecido. Marina, atriz sem DRT, vem do interior e se apaixona pela cantora-poser Justine, que é casada. Já Suzana, que aluga o apartamento para a atriz, tenta seguir a vida comum sem o peso de uma transformação ocorrida em seu passado, deixando-se levar por uma nova paixão. Já o escritor Jay está obcecado pelo amor de sua vida, uma prostituta que apenas se interessa pelo seu dinheiro, que, por vezes, não tem. As obsessões são destruidores de sonhos e de desejos que se acumulam em sobre pisos de sentimentos indefinidos. Idas e vindas, decepções podem causar traumas insuperáveis e bloqueadores de um olhar para o futuro.

Roberto Moreira não me agradou em nada no seu primeiro longa, o premiado “Contra-Todos”. Talvez a crueza das imagens e a ausência dos filtros me bloqueiem a esse filme, que por vezes acontecem em “Quanto Dura o Amor?” me deixem um pouco mais confortável frente à tela, mas não mais identificado. Com diversas histórias intercalados em alta rotação, o filme tem outro personagem que rouba um pouco mais a atenção: a noite paulistana. Cheio de belas imagens, o centro capitalista da capital paulista está todo minuto aparecendo como protagonista, em imagens belas, cheias de luzes e histórias, seja numa manifestação na Avenida Paulista, na noite da Rua Augusta ou nos viadutos da região, nos vemos por perto a cada centímetro. Paulo Vilhena, Danni Carlos e Maria Clara Spinelli surpreendem em atuações corretas, amparados pela já nova-experiente Silvia Lourenço, de “Amor?”, “O Cheiro do Ralo” e de “Contra-Todos”. Um filme cheio de quase-clichês onde a desesperança reina, mas onde a esperança ainda sobrevive, mesmo que dentro de uma cidade caótica, vista num filme caótico.

Vitor Stefano
Sessões

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