A Missão do Gerente de Recursos Humanos

Nome Original:  שליחותו של הממונה על משאבי אנוש
Diretor: Eran Riklis
Ano: 2010
País: Israel, Alemanha, França e Romênia
Elenco: Mark Ivanir, Noah Silver, Gila Almagor, Reymond Amsalem.
Prêmios: Melhor Diretor, Filme, Roteiro, Som e Atriz Coadjuvante (Rosina Kambus) do Prêmio da Academia Israelense e Prêmio da Audiência no Festival Internacional de Locarno.

A Missão do Gerente de Recursos Humanos (2010) on IMDb





Há diversos atrativos para ver “A Missão do Gerente de Recursos Humano”, mas que, sem dúvidas, começa pelo seu incomum, longo e original nome. Há filmes que criam uma empatia e uma vontade de ver só ao ler ou ouvir seu nome. Dá um comichão, uma revolução interna no cérebro que cria a vontade de ver.  Deu até vontade de fazer uma listagem com os nomes mais incomuns do cinema (a pensar). Mas voltando para os atrativos, há ainda a informação que o filme é do mesmo diretor do ótimo "Lemon Tree", Eran Riklis, de um cinema que não tem tanta exposição por aqui, mas que sabe conquistar. O israelense coloca questões mundiais dentro de um mundo a parte de tudo que vemos por aí, com a cara de qualquer cidade no mundo. A vida dentro de um país tão novo, tão odiado, tão protegido pode ser mais comum do que imaginamos através do cinema que se faz por lá. O cinema realmente quebra barreiras.

E tudo começa por conta da morte de Yulia Petrack. Estrangeira vinda do leste europeu que abandonou tudo, marido, pais e filho para viver em Jerusalém. Ela trabalhava na maior panificadora de Israel e foi mais uma falecida em ataques de homens-bombas. Por um erro do gerente noturno, não comunicou ao RH que havia desligado a empregada da empresa. Investigando a fundo, o Gerente de Recursos Humanos passa a ser alvo de reportagens por conta da falta de humanidade com a funcionária, que apesar se sentir em casa na cidade, não tinha nenhum parente consigo. Por obrigação legal a contratante é a responsável pela funcionária, ou melhor, pelo corpo dela. Aí começa uma aventura para levar Yulia para casa. 


Ao chegar ao seu destino, o Gerente de RH se depara com uma burocracia absurda, um país miserável, uma língua indiscernível, a dificuldade de fazer com que a sua família aceite o ocorrido. Tudo passa de trágico a cômico a partir do momento da chegada e que avistamos a cônsul israelense e com as tramoias que são necessárias para fazer com o corpo de Yulia chegue ao destino. Mas que destino? Numa corrida contra o improvável, vemos uma espécie de “Pequena Miss Sunshine” no inferno comunista, onde Kombi e tanque de Guerra foram utilizados para que o cortejo chegasse à casa de sua mãe. A vida do Gerente de RH que passa pela transformação forçada de indiferente a caridoso, deixa sua casa em crise, mas enche de esperanças a mente de sua filha, que vê o pai tendo uma atitude linda ao levar sua funcionária, terrivelmente morta ao seu berço. Entre idas e vindas, o que realmente importa é o que a pessoa fez em vida.

“A Missão do Gerente de Recursos Humanos”, só pelo nome, tem tudo para ser um filme didático sobre essa função corporativa que é cada vez mais atual num mundo tão competitivo, mas é um filme doce e leve, apesar de toda a temática densa e surreal, apesar do realismo. Ver pessoas sem nome, países não identificados, cultura nunca vista, estamos em território comum, vendo pessoas comuns, fazendo coisas que comumente vemos ao andar pelas ruas. O medo faz com que a vida seja menos vivida do que deveria, mas a vida de um Gerente de RH pode ser muito mais excitante do que deve ser. Um filme singelo, belo e capaz de fazer chorar e rir, só para deixar a vida mais leve.


Vitor Stefano
Sessões

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