Como eu Festejei o Fim do Mundo



Nome Original: Cum mi-am petrecut sfarsitul lumii
Diretor: Catalin Mitulescu
Ano: 2006
País: Romênia e França
Elenco: Doroteea Petre e Timotei Duma.
Prêmio: Melhor Atriz no Un Certain Regard do Festival de Cannes.
Cum mi-am petrecut sfarsitul lumii (2006) on IMDb





A Romênia foi um dos países mais afetados com a violência do autoritarismo comunista sob o comando do ditador Nicolae Ceauşescu. A utopia do mundo igual, da vida em comunidade, da divisão dos bens servia para quando o mundo ainda era dividido em dois. No fim dos anos 80  as explosões revoltosas na busca pela liberdade foram o ápice para a metamorfose de um mundo em busca de ideais para um mundo em busca de liberdade. O fim do mundo está próximo para quem não consegue mais respirar, mesmo sem estar embaixo d’água.

Vemos o envolvimento e relação dos irmãos Lalalilu e Eva, melhores amigos, cúmplices. A vida não estava fácil, ninguém mais aguenta ver, ouvir, saber de Ceauşescu. Até as crianças já sabem o que não devem aceitar, não podem seguir ou não devem fazer no futuro. A imagem do líder está estampada a cada esquina para nunca deixar de perceberem que estão sob os olhares do poder. A população só tem alguma liberdade dentro da própria casa (quando não é invadida pela polícia). Entre conflitos e ideais de um possível ataque ao ditador, percebemos que através do olhar de uma criança a inocência e o poder na mente podem mudar toda a história. A lealdade a apenas um ideal: a liberdade. A rebeldia é coroada.



 “Como eu Festejei o Fim do Mundo” é mais um exemplar (ao lado de “Casamento Silencioso” e outros) de como a ditadura foi marcante e ainda deixa sequelas num povo sofrido e corajoso. Todo o Leste Europeu viveu a falta de esperança e conseguiu sobreviver por conta da vida de pessoas que colocaram seu patriotismo acima do amor à própria vida. Dar a possibilidade de futuro às suas crianças é mais do que criar um legado é dar a base para viver de forma honrada. O fim do mundo pode chegar em 21/12/2012 como os Maias previram, mas sabemos que mesmo sem conhecer a pessoa que mais amamos, é possível amá-la pelo que ela representa. Ter coragem é ter vida. Comemorar o fim do mundo (ideal) comunista é festejar o começo do fim. Festejar o fim do que o comunismo se tornou, é viver esperando que o fim chegue (logo). 


Vitor Stefano
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