The Announcement


Nome Original: The Announcement
Diretor: Nelson George
Ano: 2012
País: EUA.
Elenco: Magic Johnson, Larry Bird, Karl Malone, Pat Riley, Chris Rock, entre outros.
Sem Prêmio.
The Announcement (TV 2012) on IMDb


Um gênio, um marco, uma lenda. Um anúncio e tudo construído com o talento e suor (quase) foi por água a baixo. Cinebiografias costumam ser melodramáticas, exaltadas às qualidades, sucumbidas os defeitos. Aqui o que vemos é um documentário com opiniões diversas, todos os lados da moeda de um anúncio feito a mais de 20 anos. Todos já pensaram muito, remoeram as atitudes, arrependeram ou confirmaram o que haviam dito à época. Tudo está mais claro, tudo está mais fácil, porém ouvir que o melhor jogador de basquete da época estava com o vírus HIV foi um choque para todo o mundo, um mundo com poucas informações e atemorizado com a possibilidade de uma epidemia do vírus que matava rapidamente. O temor em perdê-lo era grande. O horror de conviver com um “aidético” era enorme. Hoje, ainda bem, isso é absurdo.


Ver como surgiu, como cresceu e como virou lenda fica fácil quando falamos de Earvin “Magic” Johnson. Um gênio do basquete mundial, por vezes dito como o melhor de todos os tempos, retratado através do momento mais dolorido de sua vida. Claro que as imagens das enterradas, passes de costas, dribles desconcertantes e de toda a badalação de Los Angeles estão estampados durante os 90 minutos do documentário, mas um mito não pode ser apenas um grande jogador. Ele tem que ser carismático, atrair o público e pode ter sua dose de polêmica. Estamos acostumados com ídolos jogadores de futebol que vem do nada, passam dificuldades na infância e que se deslumbram com a fama e o dinheiro. Não que nos EUA os jogadores venham de berços de ouro, mas (aparentemente) é diferente a relação com o dinheiro e com a fama. O jogador lá vira famoso e encarna esse espírito, até por estar num país pudico, dar o exemplo é obrigatório para quem brilha diante dos holofotes.
Quando uma “aberração” é vista, o esquartejamento moral é claro. Dizer e assumir a todo o globo que era portador de uma doença nova, desconhecida e perigosa foi de uma grandeza ímpar. Claro que os dias entre saber que portava o HIV e o anúncio foram duros, reflexivos, intensos, difíceis. A magia parecia ter sumido. Os colegas de trabalho o rejeitavam. Mesmo assim continuou treinando para continuar brilhando. O preconceito era claro e intenso, a ponto de colegas de Dream Team, como Karl Malone, dizer que não queria entrar em quadra com ele. Mas as lendas aparecem aí.
Não preciso falar mais nada. Vocês sabem como a história de Magic Johnson continua... E continua.

Vitor Stefano
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