Cléo das 5 às 7


Nome Original: Cléo de 5 à 7
Diretora: Agnès Varda
 Ano: 1962
País: França e Itália
Elenco: Corinne Marchand, Antoine Bourseiller, Dominique Davray, Dorothée Blanck e Michel Legrand.
Prêmio: Melhor filme pelo Sindicato Francês dos Críticos de Cinema.

As cartas do tarô podem dizer tudo acerca do seu futuro. A felicidade eterna ou uma doença terminal. Pra quem acredita pode ser força de profundo entusiasmo ou um empurrão para a depressão profunda. Cléo é uma cantora e por conta de um diagnóstico preocupante, mas sob controle, desespera-se. As duas horas descritas no nome do filme é o período pós a leitura das cartas. E como não poderia deixar de ser, a artista, dramática por natureza, deleitou-se de seus minutos de auto piedade com rebeldia. Entre vales e montanhas sentimentais, a bela Cléo revê toda a sua vida, os amores e as amizades, as roupas e a música. Tudo em um pequeno turbilhão que dura das 5 às 7.


Apenas com o nome talvez você não saiba, mas Agnès Varda é uma mulher e há toda uma aura no filme que nos diz ser um filme feminino, com um olhar feminino. Não feminista, afetado ou partidário, mas há algo que nos diz que quem está contando a história é uma mulher. Um olhar para detalhes, como a obsessão pelos espelhos. É incrível essa aura. Uma personagem tão complicada num universo tão pequeno, mesquinho. A salvação para uma mulher descontrolada é a esperança da paixão. Uma paixão que pode vir num piscar de olhos.


Um filme belo como são os filmes da Nouvelle Vague. Ao início, na taróloga, vemos uma sobreposição de frames em cores nas cartas e o branco e preto na história, criando um simbolismo claro de que a vida do faz de conta é mais “alegre” que a vida normal. Os movimentos e a paixão da câmera por Corinne Marchand nos fazem conhecer as ruas mais comuns de Paris, seus becos. “Cléo das 5 às 7” é um big brother de muitas pessoas dentro de uma só, Cléo.

Vitor Stefano
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