Fruitvale Station - A Última Parada





Nome Original: Fruitvale Station
Ano: 2013
Diretor: Ryan Coogler
País: EUA
Elenco: Michael B. Jordan, Melonie Diaz e Octavia Spencer.
Prêmios: Un Certain Regard – Avenir Prize no Festival de Cannes, Gotham Awards de Lançamento e Diretor Novato, Melhor Filme da Audiência e do Juri no Festival de Sundance.
Fruitvale Station: A Última Parada (2013) on IMDb


Um neguinho morto na estação do metrô. Um pobre a menos no mundo. Um policial cumprindo suas ordens. Um a menos para politicas sociais, mas infelizmente ele tinha um filho, que será amparado pelo Governo. Um drogado e traficante a menos para viciar a população. Ainda bem que contamos mais um número. A vida dele pouco me importava. Vinte e poucos anos e já tinha uma ficha criminal tão grande. O que seria? Um mendigo ou pedinte ou drogado ou morador de rua ou tudo isso junto. Pra que serve esse tipo de gente? Porque o mundo se comove com pessoas (se é que podemos chamar assim) que não dão nada em troca. Um peso morto, um faminto que teremos que alimentar. Teríamos. E ainda negro. Com uma família negra. Com sangre negro. Com vida negra. Negra como a cinza gerada pelo fogo do inferno onde todos estarão um dia. Alvejá-lo no metro é pouco. Deveria ir a pé, sem tocar em ninguém. Sem viver com ninguém, a não se de sua aldeia. Sua morte precoce era uma certeza. E a certeza que tenho é que essa porra tá toda errada, caralho. Não veja o trailer. Veja a cena real:




Ver a cena real é maravilhoso, infelizmente. Ela é que dá toda uma tensão ao filme e dá base ao que a ficção tenta mostrar. Endeusar ou martirizar é um erro, mas é de um impacto tão absurdo ver as pessoas velando a estação um ano após a morte de Oscar Grant III aos 22 anos de idade no retorno do réveillon de 2008 na semana que foi demitido que é impossível não ficar tocado. Era um dia em que pensava em recomeçar a vida de forma honesta. Era um dia que iria trabalhar para cuidar de sua filha e esposa. Era um dia que queria comemorar a chegada do novo ano e que fosse diferente. Era. Oscar virou um mártir. O diretor Ryan Coogler, estreante e com o potencial da história chamou atenção em Sundance. É um filme independente com cara de independente, talvez por isso despertou tanta atenção. Claro que a atuação de Michael B. Jordan dá todo o aval ao personagem. Num país com falta de heróis reais, Oscar estará num altar eternamente (até o próximo neguinho morrer). 


Vitor Stefano
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