Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum
Nome Original: Inside Llewyn Davis
Ano: 2013
Diretor: Ethan e Joel Coen
País: EUA, Reino Unido e França.
Elenco: Oscar Isaac, Carey Mulligan, John Goodman, Justin Timberlake e Adam Driver.
Prêmios: Filme do Ano no AFI Awards e Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes.
“Se não é nova e nunca fica
velha é uma canção folk”
Balada de um homem comum. O subnome que a principio me
causou repúdio, mas que ao fim coube muito bem. Não que eu seja fã das
traduções em português dos nomes dos filmes, mas aqui vem a calhar. O que seria
Llewyn que não um homem comum. Mas o que é um ser comum no inverno congelante
de 61 no Greenwich Village em Nova Iorque? O que é estar em bares lúgubres com
bom som e sem dinheiro? O que é ter falta de sorte em tudo que faz? O que é não
ter para onde voltar? O que é não ter um teto? Quem é Llewyn, a não ser um
homem comum?
Entre apresentações e busca por um teto, o cantor Llewyn
Davis vive. Há uma espécie de fantasma que o acompanha nessas caminhadas entre
corredores estreitos, trens e caronas. Suas idas ao seu produtor são sempre uma
desesperada busca ao dinheiro. Mendiga sofás e caronas a quem aparece pela
frente. Não tem vergonha de fazê-lo, pois sua única meta é estourar como músico
que é. Com certa arrogância, se nega a tocar num jantarzinho. Com tristeza,
ouve conselhos a voltar com seu companheiro. Com melancolia, quer seguir em
frente e tentar seguir a carreira solo. Entre percalços e azares, o cantor vive
uma vida monótona, quebrada por momentos de absurdos, que dão o toque
humorístico ao filme. Mais uma comédia de situações com ares coenianos. Sim,
eles já são um adjetivo.
O que seria de “Inside Llewyn Davis” sem a música. Não é de se surpreender que ao ver os créditos veja o nome de Marcus Mumford. A banda Mumford & Sons renasceu o folk e trouxe à tona. É um filme que tem base na música, mas não é apenas a música que se destaca. Um elenco em sintonia e com uma integração perfeita. Destaque para Justin Timberlake, Carey Mulligan e principalmente para John Goodman, que mereceria uma indicação ao Oscar. Já Oscar Isaac como Llewyn é um achado, como outros tantos que os Coen fizeram por toda sua carreira. Sua presença em tela faz ter certeza que os irmãos acertaram novamente, criando tipos desconjuntados, em lugares únicos, com propostas encantadoras. Aliás, os irmãos Coen estão em meu altar de diretores, sempre com filmes que intrigam, instigam a pensar e fazem sorrir. Não preciso rir como uma hiena, mas eu sai do cinema leve e com um sorriso mental que ainda não saiu de mim, na certeza que Llewyn continuará voltando para a casa que não tem. Coitados dos acadêmicos do Oscar que não o indicaram para melhor filme. Ouça o porquê é tão cativante:
Impossível não gostar.
Vitor Stefano
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