O Lobo Atrás da Porta



Nome Original: O Lobo Atrás da Porta
Ano: 2014
Diretor: Fernando Coimbra
País: Brasil.
Elenco: Leandra Leal, Milhem Cortaz, Juliano Cazarré e Fabiula Nascimento.
Prêmios: Melhor Filme e Melhor Atriz (Leandra Leal) no Festival do Rio, Prêmio Coral de Primeiro Filme no Festival de Havana, Prêmio de Melhor Filme – Horizontes Latinos no Festival de San Sebastián e Melhor Filme e Diretor no Miami Film Festival.




Contado de forma atemporal, a partir de depoimentos dados ao delegado, o filme retrata a busca dos pais por sua filha desaparecida, aparentemente sequestrada. O partir da confissão do pai, Bernardo, chegam à Rosa, a sua bela e jovem amante. A partir disso, com a trama bem delimitada, a tensão apenas cresce a cada passo palavra. O ritmo aliado a uma fotografia com poucas cores e pálida faz com que o filme envolva o público. A respiração dos atores é como um pulsar do coração, angustiante. A cada ponto de vista relatado, os personagens são mostrados com dualidade e gera um mistério ainda maior. Todos podem ter duas caras. Todos podem ser manipuladores. Mas a verdade será revelada, doa a quem doer.

Um pouco da vingança de Park. Uma pitada da investigação de Villeneuve. Um quê da secura de Trier. Com a sensualidade de Polanski. Fernando Coimbra fez um filme de Fernando Coimbra. Brasileiro e global. “O Lobo Atrás da Porta” estará entre os melhores filmes do ano. Se um dos diretores citados o tivesse feito, estaria bombando nas redes sociais, nos comentários dos críticos cults, nos tapetes vermelhos das premiações internacionais. Leandra Leal seria ovacionada, Milhem Cortaz e Fabiúla Nascimento seriam estrelares e protagonistas dos próximos filmes de Woody Allen. É um thriller. É um noir. É um filme de gênero realizado com primazia. Surpreendente, vivo, visceral, intenso, perverso. Prepare-se, pois a chapeuzinho será comida.


São esses filmes que vem para quebrar o preconceito sobre o cinema nacional. Na bilheteria pude perceber isso: o balconista do cinema disse sem titubear nem parecer ser um filme nacional. Jogou todos louros no filme e finalizou com “é fantástico”. Quando entro na sala, não mais que 10 pessoas num cinema que cabem 150. Uma verdadeira pena. Vamos ficar de olho em Fernando Coimbra. É o melhor filme brasileiro do ano. Talvez o melhor da década, por ser tão palatável aos olhos do grande público.

Vitor Stefano
Sessões

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