Bem-Vindo a Nova York



Nome Original: Welcome to New York
Ano: 2014
Diretor: Abel Ferrara
País: EUA
Elenco: Gérard Depardieu e Jacqueline Bisset.
Sem Prêmios.
Bem-Vindo a Nova York (2014) on IMDb


Logo de início vemos Gerard Depardieu dando seu depoimento sobre o porquê quer fazer esse personagem. A resposta é intensa: por odiá-lo. Quem não odeia DSK? Mas e Gerard que passou por uma reprovação geral na França por abandoná-la. Transferiu-se para a Rússia a fim de proteger sua fortuna. Gerard não é Dominique, mas não é mais tão querido pelas bandas de lá. Os franceses devem ter ficado com raiva dupla ao vê-lo representando um personagem recente e tão controverso da história política francesa. Após ver o filme, não há como não odiar Dominique e amar Depardieu, um dos maiores atores da história.



Não vemos Dominique Strauss-Kahn, vemos Mr. Devereaux. Não vemos os motivos, mas sim os fins. O personagem principal não é poupado em nenhum momento. É apenas acusado de algo que realmente fez, mesmo que ele alegue a inocência ou mesmo assuma a obsessão. Os primeiros 20 minutos do filme podem ser encarados como pornô com um ator famoso. Uma orgia atrás da outra, mulheres e mais mulheres, inconsequente, irreparável, inquieto. Devereaux é um pervertido, um doente. Após esses sexos consentidos, ataca a camareira no banheiro do hotel, saindo de Nova Iorque, numa cena impactante, forte, memorável. Tornou-se refém da própria inconsequência. O poder subiu à sua cabeça, mas a sua cabeça nunca esteve além da sua compulsão sexual. Devereaux é Strauss-Kahn. Strauss-Kahn é um marco a ser apagado da história da França.


Abel Ferrara é controverso em todos seus filmes. Liberdade poética ou compulsão por inovar fazem parte de sua filmografia. Aqui ele retrata um fato real, porém poderia ser criado pro sua mente doentia. Quando digo que Gerard Depardieu é amado, sim, pela sua entrega. Seu peso, suas gorduras, sua atuação. Tudo está em excesso. Tudo está demais. Uma persona tão bizarra deveria estar assim, completamente exposto, mesmo que não haja chance de defesa por parte do filme. Justificar uma atitude tão pitoresca apenas alegando compulsão. Compulsão, meu querido Devereaux. Me poupe. Poupe-nos de sua existência, Strauss. 

Vitor Stefano
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