Ida




Nome Original: Ida
Ano: 2013
Diretor: Pawel Pawlikowski
País: Polônia, Dinamarca, França e Reino Unido
Elenco:Agata Kulesza e Agata Trzebuchowska.
Prêmio: Melhor Filme pela Audiência, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia no European Film Award, Melhor Atriz (Kulesza), Roteiro, Design de Produção, Filme e Produção no Festival Internacional de Gijón, Melhor Filme no London Film Festival, Prêmio FIPRESCI do Festival Internacional de Toronto.
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A solidão. A Segunda Guerra e seus reflexos já foram alvo de incontáveis filmes. A destruição, o heroísmo, a tensão, o sofrimento, o retorno. Qualquer guerra revela nuances inimagináveis de qualquer ser humano, mas a solidão é devastadora sempre. Tudo foi alterado. Religião, economia, política, educação, militarização, vida. A vida mudou para sempre. A Guerra nunca deixará de existir. Suas marcas são inesquecíveis, incuráveis e permanecerão sempre doloridas. E a solidão sempre será motivo para refletir. A solidão sempre será motivo para não voltar a errar. A solidão será solitária, só, ausência, inesquecível.

Polônia. Aos 17 anos, a noviça Anna está prestes a confirmar seus votos com a Igreja Católica. Porém, antes da confirmação, a madre a obriga a conhecer seu único parente vivo, sua tia Wanda. Reluta, mas ouve a voz divina, a voz da obrigação. Assim que se encontram há uma tensão, um descaso, mas Wanda sabe muito, quase tudo, sobre Anna. Não é Anna, é Ida. Wanda é uma juíza, por profissão, respeitada no país, mas que vive uma vida amargurada, depressiva e ousada. Esse choque de realidade entre uma mulher inocente e uma que já decidiu a vida de muitas outras pessoas é um convite (uma nova obrigação) à jovem explorar o mundo, fora da solidão do convento, de seu mundo, de sua convicção. Wanda ajudará Ida a descobrir seus antepassados. Vai em busca dos corpos de seus pais. Uma viagem pelo interior, entre paradas, perguntas e pressões, a dupla vai criando uma conexão, criando uma empatia apesar do claro vale ideológico existente.



“Ida” é um corte único, uma visão diferente desse momento histórico. A imagem quadrada, remetendo às televisões antigas, a belíssima fotografia branco e preto, as imagens do campo, de casas antigas, cemitérios, hotéis antigos dão aconchego a nós, expectadores. As imagens quase nos aliciam a entrar de cabeça nessa aventura das duas. Agata Kulesza e Agata Trzebuchowska estão fabulosas, intensas. Pawel Pawlikowski fez um dos melhores filmes desse ano não apenas pela beleza das imagens, das grandes atuações, da ótima história. Ele fez um grande filme sobre o vazio, sobre o silêncio, sobre a solidão. É impossível descrever ou entender um ser solitário. “Ida” estará por anos em nosso subconsciente. Ida e Wanda.

Vitor Stefano
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