A Teoria de Tudo



Nome Original: The Theory of Everything
Ano: 2014
Diretor: James Marsh
País: Reino Unido
Elenco: Eddie Redmayne e Felicity Jones
Prêmios: Globo de Ouro de Melhor Ator (Redmayne) e Trilha Sonora Original e Melhor Ator no Screen Actors Guild Awards.
A Teoria de Tudo (2014) on IMDb



Contar a história de um dos maiores cientistas da história não é tarefa fácil. Imagine termos técnicos, viagens absurdas em números e teorias ou mesmo a dedicação cega ao tema escolhido. Seria maçante, desinteressante e chato, onde perceberíamos que os cientistas vivem uma vida maçante, desinteressante e chata. Mas nada disse se aplica a Stephen Hawking, muito por conta de estarmos vendo a vida de um gênio aos olhos da mulher com quem viveu por 30 anos. Um olhar terno ameniza e desmistifica o monstro que criamos em nossas mentes. Então, se você vai ver “A Teoria de Tudo” não encare como uma cinebiografia do cientista, mas sim a cinebiografia da história de amor de Stephen e Jane. “A Teoria de Tudo” é um belo filme sobre amor e abnegação. Amar sem olhar a quem.e

Quem vê a imagem de Stephen Hawking pode imaginar um ser ranzinza e infeliz. A ELA, doença que o acometeu ainda jovem, com o tempo limitou os movimentos do corpo todo, mas nunca afetou a capacidade do cérebro. Ao ver a cadeira de rodas e a comunicação através de um sintetizador, pode imaginar um ser que busca respostas para o universo, mas que não consegue nem mesmo dar um passo. Mas Hawking é um gênio, bem humorado e absolutamente capaz. Mas nada disso talvez tenha sido possível sem Jane. Superando obstáculos, ela casou-se com o cientista, mesmo sabendo que o diagnóstico lhe dava apenas mais dois anos de vida. Superando as dificuldades, constituíram uma família, ela abdicou de tudo para cuidar das crianças e do marido. Ela abdicou da religião, para conseguir conviver com um cientista que buscava desconstruir a imagem de Deus. Mas nunca abandonou sua fé. Jane foi alicerce de Stephen para que ele fosse quem é hoje. A lógica de que por trás de um grande homem sempre tem uma grande mulher se encaixa perfeitamente aqui, mesmo que a mulher seja trocada.

James Marsh fez um filme com olhar absolutamente feminino, romanceado, seguindo o livro no qual foi baseado. A bela Felicity Jones dá vida a Jane em sua fortaleza e abdicação, mas com uma pitada de fraqueza no olhar. Quem rouba a cena, obviamente, é o jovem Eddie Redmayne no papel do cientista. Já vimos diversas atuações inesquecíveis de personagens com deficiência física, como em “Mar Adentro”, “O Escafandro e a Borboleta”, “Meu Pé Esquerdo” e “Intocáveis”. Redmayne entra nessa lista e será sempre lembrado pelo papel em “A Teoria de Tudo” pela dedicação, semelhança com o personagem real e expressão corporal. Está incrível. Todo o filme é muito bem construído, com uma belíssima fotografia, trilha sonora impecável, ambientação maravilhosa e uma direção certeira. É um filme belo e sensível para ser visto por todos, não para descobrir a teoria de tudo, mas para ver uma bela história de amor. E o tempo continua sendo uma obsessão.



Vitor Stefano
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