Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo


Nome Original: Foxcatcher
Ano: 2014
Diretor: Bennett Miller
País: EUA
Elenco: Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo, Sienna Miller e Vanessa Redgrave.
Prêmios: Melhor Diretor no Festival de Cannes, Filme do Ano no AFI Awards, Creative Impact in Acting Award no Festival Internacional de Palm Spring (Steve Carell), Special Distinction Award no Independent Spirit Awards.
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (2014) on IMDb



O mundo dos esportes é muito obscuro. Se falarmos de esportes olímpicos ele vira um submundo. O amadorismo semi-profissional sempre foi caso de estudo. De onde surgem, como treinam, como se sustentam apenas com auxílios governamentais ou de associações? Como é a vida de um atleta olímpico. Aqui no Brasil sabemos da precariedade e das tramoias de Federações que buscam apenas o lucro pessoal e irrestrito dos seus presidentes (donos). Tirando o caso de Foxcatcher por base, dá para perceber que nos Estados Unidos isso pode ser ainda mais pernicioso. O esporte na mão de amadores ricos e que buscam status e visibilidade. Seja do público, do governo ou da mãe. “Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo” choca por sua crueza. Choca por ser uma história real que não conhecia, mas, agora que conheço, me deixa perplexo.

Em 1984 o jovem Mark Schultz foi medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em luta greco romana, vulgo wrestling. Muito jovem, sem muito prestigio da Confederação Americana e treinando religiosamente com o irmão mais velho, Dave, também lutador. Eles seguiam sua vida sem muita expectativa, apenas de olho nas próximas competições, Mundiais e Olimpiadas de Seul. Repentinamente John du Pont convida Mark para conversar. Jonh who? Du Pont, entusiasta do esporte, herdeiro de uma dinastia riquíssima do interior dos Estados Unidos e construiu um complexo de treinamento, a revelia da mãe e matrona da família, e montou a equipe Foxcatcher. Ele quer os irmãos Schultz lá. Sabe que são imbatíveis. Sabe que são verdadeiros campeões. Mark aceita, mas Dave não quer largar a família em prol de dinheiro e do desconhecido. Aos poucos John du Pont vai se mostrando um bom homem, mas com certas manias e estranhesas, além de não esquecer a vontade de ter Dave por perto. Ornitólogo, filatelista e filantropo, como ele mesmo se designa, sempre tem armas e cocaína no seu caminho. Seu dinheiro pode comprar tudo. Seu dinheiro deveria comprar tudo e todos. Deveria. Mark se rebela com as atitudes do patrono e Dave é chamado para endireitar o irmão. A partir daí tudo desanda e John se mostra cada vez mais descontrolado. Foxcatcher é mais do que uma equipe de wrestling. Foxcatcher é uma verdadeira caçada à raposa. Não fuja, você será caçado.




Bennett Miller constrói um filme seco, sem dar muitas explicações dos seus personagens e das sequencias. Está lá e pronto. Assim como nos seus filmes anteriores, o diretor constrói um roteiro e direção para que os atores brilhem. Mas aqui ele não tem Phillip Seymour Hoffman. Numa mistura da temática esportiva de “O Homem que Mudou o Jogo” e o tom sombrio de “Capote”,”Foxcatcher” é um trabalho mental. O ritmo não ajuda muito e quem segura até o fim são os atores. Nunca fui muito fã de Mark Ruffallo, mas ele está ótimo como Dave. Channing Tattum é um jovem muito bom ator (como disse em “Magic Mike”) e que vai superar a fama de ser apenas um bonitão ex-stripper. Claro que o destaque é o Steve Carell fora da sua zona de conforto. Ele já saiu da comédia em “Pequena Miss Sunshine” e se saiu muito bem, mas aqui, como protagonista, está show. Com uma maquiagem que desfigura seu rosto ele como Jonh du Pont está ótimo. Digno de premiação. “Foxcatcher” é sobre esporte, riqueza, patriotismo e loucura, mas que não explica muito de nada disso. É uma caçada cheia de presas soltas e difícil de juntar.

Vitor Stefano
Sessões

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