O Sal da Terra


Nome Original: The Salt of the Earth
Ano: 2014
Diretora: Juliano Ribeiro Salgado e Wim Wenders
País: França, Brasil e Itália
Elenco: Sebastião Salgado, Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado.
Prêmios: Un Certain Regard - Special Jury Prize, Prize of the Ecumenical Jury - Special Mention e François Chalais Award - Special Mention no Festival de Cannes, Melhor Documentário no César Awards e Prêmio da Audiência no Festival Internacional de San Sebastián.
O Sal da Terra (2014) on IMDb


A humanidade já deu provas o bastante de que faliu. E as provas são dadas diariamente a cada segundo, a cada milésimo de segundo. Em cada canto do mundo, uma desgraça acontece em progressão geométrica, numa trilha que nunca irá retornar. A tendência é a sua extinção por conta de seus próprios erros. Os humanos falharam. A fome? As guerras? As chacinas? O poder? A escravidão? A morte da natureza? O fim dos recursos naturais? A maldade? A vida. Tudo ainda não explodiu, pois há uma força enorme trabalhando para a impossível reversão da atual situação. Mas há esperança ainda em cabeças inteligentes, crédulas que é possível mudar o mundo. Essas verdadeiras dádivas humanas existem por aí, evitando que as tragédias sejam dirimidas em seu entorno e dando exemplos para que uma verdadeira corrente do bem se espalhe. Esses humanos acreditam que esse emaranhado de animais possam voltar a ser seres humanos, pensando em humanos, pensando na vida. O que é a vida? Não há resposta, mas Sebastião Salgado retratou o melhor e o pior dela. Com certeza, retratou mais o pior, pois o cerne do ser humano é destrutivo. Mas humanos como Salgado nos dão esperança. Eu tenho.

O documentário “O Sal da Terra” é uma experiência visual. Não é 3D, mas é sensorial. Não, não é 4XD. É real. Não, não é simulador. É um mergulho no processo criativo, na vida, na família, nos problemas e nas virtudes de um dos maiores fotógrafos do mundo, o brasileiro Sebastião Salgado. O diretor Win Wenders conta de onde conheceu Salgado, foi atrás e com a ajuda do filho do retratado, Juliano, contam como aquele economista de futuro promissor, tornou-se um amante de fotografia, e vislumbrou em dissecar o mundo através de suas lentes. Dissecar os homens. A África é o local mais comum em seus projetos, mas que passaram também pela America Latina e Leste Europeu. Seus projetos tornaram-se livros famosos (e caros ) onde a sua técnica em branco e preto é visível e admirável. Há também muita culpa em tudo que foi retratado pela sua lente. Um dos seus relatos diz que muitas vezes antes ou depois de fotos, ele chorava. Retratar a miséria, a morte e a desgraça é para poucos. Com o projeto “Gênesis” conseguiu retomar seu prumo, dando um novo norte em sua carreira, com fotografias que remeteriam ao início da vida. Ele conheceu o fim e o recomeço da Terra. Sebastião Salgado preencheu o coração de esperança, aliado ao Instituto Terra, uma velha fazenda herdada onde ele e sua esposa recriaram boa parte da Mata Atlântica. Um projeto lindo e espelho para diversas gerações. O documentário é o relato para você conhecer um ser único, atráves de uma unica visão, mas Sebastião Salgado é absolutamente genial com uma câmera nas mãos. Veja:







Vitor Stefano
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