Perfume de Mulher


Nome Original: Scent of a Woman
Ano: 1992
Diretor: Martin Brest
País: EUA
Elenco: Al Pacino, Chris O'Donnell, James Rebhorn e Philip Seymour Hoffman.
Prêmios: Oscar de Melhor Ator (Pacino) e Globo de Ouro de Melhor Filme (Drama), Melhor Ator e Melhor Roteiro.
Perfume de Mulher (1992) on IMDb

Se você está procurando uma crítica ao filme de Martin Brest, nem precisa continuar lendo. Hoje não vou falar de filme, comentar a atuação brilhante de Al Pacino, do já excelente jovem Philip Seymour Hoffman ou do roteiro dinâmico e envolvente. Hoje não to afim. Hoje quero falar de uma inspiração e um sentimento que esse filme me causa. Uma pessoa me causou isso com “Perfume de Mulher”. Impossível não se lembrar das palavras ditas no julgamento final, cada ‘uha’ dita por Frank ou aquele passeio de Ferrari, mas nada me emociona mais do que a cena do tango - mas lembro mesmo é de ouvir essa pessoa cantarolando ‘Por uma Cabeza’, feliz e encantada com a leveza dos passos da dança argentina que gera lembranças de um amor incontrolável e uma grande saudade.


Quem nunca teve um herói? Charlie quebra a impressão da rocha e ao final do filme tem em Frank um herói, daqueles rebeldes e incontroláveis, mas eternos. Pra mim, minha avó Ruth sempre será meu Frank. Uma mulher geniosa, cabeça dura e de opiniões fortes, mas de um bom humor refinado, sempre com palavras carinhosas e um coração aberto para receber as pessoas em sua casa. Causava intrigas e confusões por tudo, mas agora só posso rir de tudo isso. Posso rir com tudo que vivemos juntos. Foram 30 anos de um carinho que só netos-avós podem ter - e com certeza também falo pela minha irmã. Acho que falo por todos que conviveram com Dona Ruth.

Claro que por vezes me pego entristecido com a sua falta, mas tenho certeza que minha heroína está vendo tangos de outra dimensão. É lamúria pela ausência física, por não ter mais sua companhia para um cafezinho, bater papo sem julgamentos, ficar de mãos dadas com aquela pele sedosa, brigar por causa do cigarro ou apenas arrumar a TV que ela desregulava como ninguém. Mas como disse, só posso rir de tudo que passou. A cena do tango sempre esteve pendurada na minha casa em sua homenagem. Agora ela está pendurada na minha escada, na casa que era dela. Sim, é dela, sempre será - eu apenas moro aqui e sempre quererei estar aqui para tê-la o mais perto possível. “Perfume de Mulher” é o filme que está passando, eu paro para ver. É mais uma forma de estarmos juntos... É um filme para ver sempre, para lembrar sempre e para amar para sempre.



Saudades... E saudades só existe onde existiu felicidade...

Vitor Stefano
Sessões

Comentários

  1. Cada vez mais tenho sentido em mim a saudade como algo muito semelhante a alegria. Uma sensação que nos aproxima da alegria, por que carrega o reconhecimento de como é bom cantar, como é bom rir... Saudade talvez seja alegria que amadureceu.

    P.S. Perfume e memória também se relacionam. Abraços.

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